A sua mente além do seu cérebro. Bobagem? Não, ciência!
Darwin, Einstein e Thomas Edison defendiam, cada um a seu modo, esta ideia
O título deste artigo pode até parecer conversa fiada, mas a verdade é que não é bem assim. Importantes personalidades como Charles Darwin, Albert Einstein e Thomas Edison já sabiam disso e defendiam – cada um a seu modo – esta ideia. E é isso mesmo, você não leu errado: Ciência, e provavelmente do futuro.
A ciência noética, ainda pouco divulgada no mundo, sugere que o poder da mente humana pode produzir matéria e alterar a realidade em que vivemos. A palavra “noética” vem do grego “nous”, que significa mente.
Trata-se de uma disciplina que estuda os fenômenos subjetivos da consciência, da mente, do espírito e da vida a partir do ponto de vista da ciência. O homem seria um ser divino, com a capacidade de alterar a sua realidade com a força do pensamento. Forte, não é?
Um instituto pra chamar de seu
E um grande esforço para o desenvolvimento científico no que diz respeito à importância do poder do pensamento e do potencial do cérebro humano é empreendido atualmente pelo Instituto de Ciências Noéticas (IONS). A iniciativa fica sediada na cidade de Petaluma, Califórnia, e já possui vários capítulos espalhados pelo mundo, incluindo no Brasil, com uma representação em Belo Horizonte.
O trabalho do IONS teve início com o astronauta Edgar Mitchell, da Apolo 14, em 1973, após seu retorno da Lua para a Terra. As atividades começaram com um modesto programa de pesquisa sobre os mecanismos internos da resposta curativa, aceitando a premissa de que a consciência desempenha um papel importante na manutenção da nossa saúde, mesmo numa época em que falar sobre isso era quase uma heresia para a grande maioria dos pesquisadores das áreas biomédicas.
Felizmente, os tempos mudaram: A abordagem noética tem sido aplicada a uma grande variedade de pesquisas, com resultados que desafiam as concepções da ciência moderna mais ortodoxa. A própria ciência, elaborando sobre as descobertas da física no início do século XX, chegou ao ponto de descrever a realidade através de quantificações relativas, por meio de uma série de conceitos e explicações dificilmente definíveis pela lógica padrão.
Em situações como essas, nada melhor do que lançar mão das metáforas, a única forma, na maioria das vezes, para ilustrar de maneira mais clara as ideias que, em sua essência, são mais intuitivas e muitas vezes não se encaixam em uma linguagem técnica e mais discursiva.
O Instituto recebe apoio financeiro de várias partes do mundo para estudar, entre outros assuntos, o funcionamento do mecanismo da intuição e a relação entre o poder de criação e o potencial mental ainda não desenvolvido.
A noética é pop
Mas, apesar de todos os avanços, a noética ainda enfrenta muita resistência dos setores mais conservadores. Entretanto, seu desenvolvimento tem avançado fortemente, em grande parte devido a inúmeras pesquisas na área da computação. Os novos modelos de armazenamento e processamento computacionais têm obrigado muitos pesquisadores a pensarem “fora da caixa”, por meio de uma profunda reflexão em torno do cérebro humano, sua estrutura de funcionamento e o impacto da consciência de maneira geral.
Para ajudar ainda mais neste caminho de popularização, a ciência noética foi colocada como um dos motes principais do best-seller “O Símbolo Perdido”, do escritor norte-americano Dan Brown.
O livro, que vendeu um milhão de cópias logo no dia de seu lançamento, despertou o interesse de muitas pessoas ao redor do mundo em relação ao poder da mente humana.
Em “O Símbolo Perdido” de Brown, a personagem Katherine Solomon é uma cientista que estuda as correlações entre a consciência e o corpo humano, travando discussões aguçadas sobre os fundamentos da noética com o outro personagem bastante conhecido do universo do escritor, o famoso Robert Langdon.
Um nova forma de pensar
Os fundamentos da noética nos provocam a repensar nossas relações para além da satisfação apenas de nossas necessidades, implicando em uma mudança significativa em nossos modelos de vida baseados no medo e no individualismo.
Para que esse novo mindset possa emergir, precisamos superar nossa visão limitada, centrada no ego, e adotar uma abordagem orientada para a humanidade. Devemos desenvolver uma nova cultura de abundância, responsabilidade com o próximo e mais solidariedade.
Como seres humanos, somos capazes de influenciar os outros com o poder de nossa intenção, e, portanto, precisamos ter a consciência de que só nos resta o mundo que co-criamos com as outras pessoas. Tudo está conectado, inclusive nossos pensamentos.
Esses conceitos já permeiam uma nova onda nos negócios e no estilo de vida de muitas pessoas, alinhando-se, por exemplo, com os conceitos de abundância e exponencialidade abordados pela turma da Singularity University, iniciativa na qual tive o prazer de fazer parte como um dos embaixadores no Brasil.
Se conseguirmos dominar essa consciência que envolve a nós mesmos, teremos o potencial para transformar efetivamente o mundo em que vivemos. E esse talvez seja o principal legado da ciência noética.
O mundo está em constante transformação. A tecnologia evolui de maneira exponencial, conectando-nos de maneiras incríveis e cada vez mais inimagináveis. Todo esse avanço, ao final do dia, serve como ‘pano de fundo’ para que possamos criar uma grande rede de mentes interconectadas. Pensamentos têm o poder de mudar o mundo, e, quando conectados, ainda mais.
Acredite e faça a diferença: que sejamos cada vez mais plurais, em vez de individuais.